Segundo os pais, é o primeiro caso de trigêmeos do município de Capanema.

que nasceram dia 25 de agosto. Eles são de Capanema.
Fotos: Niomar Pereira/JdeB
Anderson Canfres da Silva, 31, e Tatiana Regina Pereira, 28, eram só sorrisos na manhã de ontem, ao receber alta no Hospital Regional de Francisco Beltrão junto com suas filhas. Ela é costureira, ele construtor e residem em Capanema.
Eles são pais das trigêmeas que nasceram de cesárea no dia 25 de agosto. Isabela, Eduarda e Vitória já pesam mais de dois quilos cada, o suficiente para deixar o hospital, segundo a equipe médica.
Agora o acompanhamento será feito diariamente na unidade de saúde de Capanema, município onde eles residem, para ver como evolui o peso das meninas. Também irão fazer consultas periódicas com a equipe do Hospital Regional.

Gestação perfeita
Tatiana contou que descobriu a gravidez com 8 semanas, três dias depois fez ultrassom e já descobriu que se tratava de trigêmeos. A gestação foi perfeita, não teve qualquer alteração. “A gente até se surpreendeu, porque o médico tinha alertado que, pelo fato de ser três, seria de risco e poderia ter alguma complicação, mas tudo deu certo”, comentou Tatiana. O parto aconteceu na 35ª semana.
Elas não são idênticas, mas nasceram de uma fecundação natural, ou seja, as bebês são consideradas caso raro pela gravidez não ter interferência de métodos de reprodução assistida, como inseminação artificial e fertilização in vitro. Eles também não têm ninguém na família com gêmeos. “O médico falou que é muito raro acontecer uma gravidez trigemelar natural em placentas diferentes e com os mesmos sexos”, comentou a mãe.
Eduarda (2,080 kg) e Vitória (2,045 kg) são mais parecidas. Isabela (2,755 kg) é maior, tem mais apetite e cabelo. “Brincamos que ela logrou as outras duas no tamanho. Elas nem precisaram ficar na UTI, saíram da sala de cirurgia e vieram direto para o quarto”, comenta o pai.
“Eu olhava e não caía a ficha”
A família está muito feliz, as trigêmeas são muito saudáveis, dormem bem, se alimentam bastante e quase não choram. Anderson diz que os familiares irão ajudar cuidar delas. “Até trocar e dar mamá a gente tava demorando uma hora, agora já estamos conseguindo fazer em 45 min, 50 minutos”, disse Anderson. Elas estão mamando a cada três horas, no peito e com complemento de leite Nan. O pai assistiu todo o parto e relatou que a emoção foi muito grande. “Eu olhava e não caía a ficha. Não planejamos a gravidez, mas deu tudo tão certo que eu digo que foi planejada por Deus.” Isabela nasceu às 15:10 horas, Eduarda às 15:12 horas e Vitória às 15:14 horas.
Tatiana diz que a família irá procurar ajuda financeira, porque serão muitas despesas a partir de agora, principalmente com itens como fralda e leite. “Disseram que no Estado do Paraná não tem uma lei que prevê esse auxílio como em Santa Catarina.” Eles agradeceram toda a equipe médica do município de Capanema e do Hospital Regional que prestaram o atendimento com atenção e carinho.
Projeto prevê benefício financeiro para famílias com trigêmeos ou mais
Agência Senado – O nascimento de três ou mais gêmeos traz um grande impacto não só emocional, mas também financeiro em qualquer família. Naquelas de baixa renda, a pressão no orçamento doméstico é ainda maior. Para ajudar os pais a empregar os cuidados e recursos necessários nos primeiros anos de vida dessas crianças, a senadora Rose de Freitas (PMDB-ES) apresentou um projeto que institui benefício assistencial de caráter financeiro a famílias com gestação múltipla, a partir de três bebês. O PLS 259/2016 está tramitando nas comissões do Senado.
O benefício previsto deverá ser concedido aos nascidos a partir da publicação da lei que resultar do projeto, não gerando efeitos retroativos. O valor da assistência será definido em regulamento posterior. A proposta determina que somente famílias com renda familiar mensal per capita de até R$ 220 terão direito ao auxílio financeiro. O benefício será pago até a data em que as crianças completarem seis anos de vida ou, antes, até a data em que permanecerem vivos menos de três nascidos da gestação múltipla.
A relatora, senadora Regina Sousa (PT-PI), informou que, atualmente, Santa Catarina é o único Estado que conta com uma lei que assegura benefício financeiro em casos similares. Ela defendeu a aplicação da experiência pela União nos demais estados como forma de aliviar um pouco a pressão exercida sobre o orçamento das famílias situadas na base da pirâmide social, diante da possibilidade de agravamento de sua condição econômica em virtude do nascimento de três ou mais gêmeos.