
a um consultório de clínica médica e de 10% a 15% dos
pacientes que vão a um consultório de reumatologia.
A fibromialgia é uma síndrome clínica, crônica, caracterizada por dor difusa e outras sintomas associados principalmente como fadiga (cansaço), sono não reparador, alteração de memória e concentração. De cada 10 pacientes com fibromialgia, sete a nove são mulheres.
Não se sabe a razão porque isto acontece. Não parece haver uma relação com hormônios, pois a fibromialgia afeta as mulheres tanto antes quanto depois da menopausa. Talvez os critérios utilizados hoje no diagnóstico da fibromialgia tendam a incluir mais mulheres. A idade de aparecimento da fibromialgia é geralmente entre os 30 e 60 anos. Porém, existem casos em pessoas mais velhas e também em crianças e adolescentes.
Entre as manifestações clínicas estão dor, fadiga, indisposição, distúrbios do sono, ansiedade, depressão, alterações intestinais, entre outras. Com linguagem bastante simples e de fácil compreensão, a cartilha educativa desenvolvida pelos reumatologistas da Sociedade Brasileira de Reumatologia (SBR), que tem como objetivo conscientizar sobre a doença e levar o paciente ao diagnóstico e tratamento com mais rapidez, está disponível para download no endereço www.sbr.org.br ou pode ser encontrada nas unidades públicas de saúde.
Para o coordenador da Comissão de Dor, Fibromialgia e Outras Síndromes Dolorosas de Partes Moles da SBR, reumatologista Marcelo Cruz Rezende, existe uma associação muito forte com o aspecto psicológico, com quadros depressivos e ansiedade, mas é possível afirmar que se trata somente de fundo emocional. “Hoje, sabemos que é um distúrbio relacionado à alteração nos sistemas de controle de dor, devendo ser considerado como uma síndrome de amplificação dolorosa”, explica.
Algumas novas medicações como o tapentadol estão sendo avaliadas, mas os trabalhos estão mais ligados aos tratamentos não farmacológicos, como natação, pilates e exercícios físicos. Outras evidências científicas demonstram que o costume de executar exercícios físicos aeróbicos de modo rotineiro (30 min/dia ou 45 min/3x semana) tem resolutividade para dor, fadiga, sono. Mesmo o Tai Chi Chuan foi colocado como tratamento coadjuvante com boa resposta.
O especialista explica ainda que a fibromialgia pode ter patologias associadas como tendinites, bursites, neuropatias, entre outras, que podem ser detectadas por métodos complementares com RX e/ou ultrassonografia. Entre as causas, como uma síndrome de amplificação dolorosa, as alterações são baseadas em mudanças no controle de dor, basicamente no controle da transmissão dolorosa, com distúrbios no funcionamento da bomba de cálcio ou da quantidade de neurotransmissores como serotonina e noradrenalina.
Diagnóstico
O diagnóstico é eminentemente clínico, baseado em critérios de 1990 do Colégio Americano de Reumatologia (dor difusa por mais de três meses, em conjunto com a presença de 11 de 18 pontos dolorosos específicos).
Em 2010, foram lançados novos critérios de diagnóstico retirando a necessidade da contagem de pontos dolorosos e colocando um índice de dor generalizado e de grau de severidade de sintomas, mas ainda estão sendo questionados pelos especialistas.