JdeB – O excesso de confiança é uma das causas mais frequentes dos acidentes de trabalho entre pessoas da agricultura e pecuária. A informação foi repassada pelo engenheiro de Segurança do Trabalho Sérgio Correa e o agrônomo Claudimar de Carli, secretário municipal de Agricultura, ontem, durante palestra da Semana de Prevenção a Acidentes de Trabalho de Beltrão.
A palestra, no auditório do do Parque de Exposições, reuniu estudantes dos cursos de Técnico Agropecuário do Colégio Agrícola e de Técnico em Segurança do Trabalho do Colégio Reinaldo Sass, estudantes de Agronomia da Unisep, produtores rurais e profissionais da área de segurança do trabalho. Na abertura, a secretária de Desenvolvimento Econômico, Liliana Paula de Andrade, disse: “É uma oportunidade importante para busca de informações; que a Vigilância em Saúde tem recebido mais notificações de acidentes no interior e que há muitas subnotificações de problemas que ocorrem na área rural”. Claudimar de Carli disse esperar que a tarde fosse produtiva para os participantes.
Claudimar falou que no campo há muito excesso de confiança. “Às vezes, a pessoa é traída pelo excesso de confiança”, disse, para ilustrar como ocorrem muitas vezes os acidentes de trabalho no setor rural. Lembrou que há poucos dias um homem morreu em acidente de campo em Honório Serpa. O secretário de Agricultura deu como exemplo de cautela e segurança os técnicos da Copel que fazem serviços na rede elétrica no interior.
“São pessoas tranquilas, que estudam o que vão fazer, têm calma.” E aproveitou para recomendar às pessoas que antes de executar um trabalho avaliem os riscos.
Formas de prevenção
Claudio Cesar Pontes e Sergio Antonio Correia, engenheiros de Segurança no Trabalho, da Clínica Vizimed, explanaram sobre a legislação que atinge a área rural, para trabalhadores e empregadores, as obrigações documentais, treinamentos, orientações para trabalhadores, os riscos às atividades que estão causando enormes números de acidentes na área do campo, com máquinas ou com produtos químicos.
Para Sergio, em relação aos maquinários usados na agricultura seria possível evitar estes incidentes no campo.
“A gente percebe, hoje, que são acidentes que poderiam ser evitados. Quando a gente faz o levantamento, a gente percebe isso. E acontece muito por uma questão de orientação, excesso de confiança e utilização de equipamentos que poderiam salvar a pessoa. Então, as máquinas mais antigas, tratores mais antigos, eles não vinham com cinto de segurança. Mas é uma situação que pode se adaptar e, no caso de um tombamento, evitaria que o operador do equipamento seja projetado e esmagado pela máquina, que é o que acontece hoje na maioria dos acidentes com óbito envolvendo máquinas agrícolas.”
Capacitação do pessoal
Albino Poposki, presidente do Sindicato Rural de Beltrão, entidade que representa empresas e empresários do agronegócio, concordou que muitos acidentes ocorrem pela confiança exagerada das pessoas do campo. “Sim, realmente as pessoas acabam achando que sabem tudo do seu trabalho e o excesso de confiança leva a esses tipos de acidentes. Então, sempre têm que ser relembradas essas questões da segurança do trabalho. Existem treinamentos do Senar e cursos para cada atividade do campo, que ensinam as maneiras mais adequadas para não se ter acidentes durante a atividade desenvolvida.”
Albino acrescentou: “A pessoa faz tantos anos que trabalha com o trator, nunca deu nada, mas uma hora dessas ele pode ir num lugar que não é possível de entrar com a máquina e sofrer um acidente ou rebocar equipamentos de maneira inadequada e sofrer um acidente que pode ser o último, acidentes de tratores normalmente são fatais. Então é grave essa situação e as pessoas deveriam participar dos treinamentos que estão disponíveis, o Senar disponibiliza para todas as atividades agrícolas”.
A Semana de Prevenção prossegue, hoje, com um seminário no Espao da Arte às 19 horas.
