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Francisco Beltrão
domingo, 01 de junho de 2025

Edição 8.216

31/05/2025

Pesquisa da CNM mostra que falta remédio em mais de 80% dos municípios do Brasil

Sudoeste também sofre com isso, além dos preços caros e a demora na entrega.

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Da assessoria e JdeB – Levantamento da Confederação Nacional de Municípios (CNM) feito com cerca de 2,4 mil prefeituras mostra cenário do desabastecimento de medicamentos. A pesquisa constatou que mais de 80% dos gestores relataram sofrer com a falta de remédios para atender a população.

“Infelizmente também vivemos essa realidade no Sudoeste, com o desabastecimento de alguns medicamentos”, disse Leandro Legramanti, secretário em Eneas Marques e presidente do Cresems (Conselho Regional de  Secretários Municipais de Saúde do Sudoeste).

“Nosso Hospital Regional está com dificuldade com 26 fármacos importantes para atendimento de pacientes graves ou pacientes com necessidades cirúrgica”, completa Leandro.

Ele destaca ainda que os processos de compra estão cada vez mais caros e o número de itens “fracassados ou desertos” aumentam em todos os processos licitatórios.

“Mesmo com fornecedores contratados, a demora na entrega também é grande. E muitas vezes vem somente parte do pedido anexo a um pedido de reequilíbrio de preços. A situação é realmente preocupante, e não enxergamos uma solução a curto prazo.”

Antibiótico

A CNM sugeriu às prefeituras que alegaram problemas na insuficiência de medicamentos para elencar os tipos de remédios da lista básica de uma listagem pré-estabelecida na pesquisa. Nesse contexto, a falta de amoxicilina (antibiótico) foi apontada por 68% dos municípios que responderam a esse questionamento. A ausência de Dipirona na rede de atendimento municipal (anti-inflamatório, analgésico e antitérmico) foi apontada por 65%.

A Dipirona injetável esteve na resposta de 50% e a Prednisolona, utilizada no tratamento de alergias, distúrbios endócrinos e osteomusculares e doenças dermatológicas, reumatológicas, oftalmológicas e respiratórias, foi destaque por 45%. A maioria dos gestores (45%) informou que a falta dos medicamentos se estende entre 30 e 90 dias, enquanto 20% relataram o problema ser crônico pelo fato de o desabastecimento se estender por mais de 90 dias.

Insumos

Além da falta de medicamentos em serviços que cuidam das questões básicas ou menos complexas, a CNM quis saber se faltam insumos, ou seja, seringas, gazes, agulhas e ataduras. Esses materiais são de uso de descarte que se relacionam com o cuidado de baixa complexidade. Sobre esse ponto, 28% registraram a falta de pelo menos algum desses insumos.

Consórcio Paraná Saúde

Leandro Legramanti explica sobre a compra de medicamentos: “No Paraná temos como adquirir medicamentos do consórcio Paraná Saúde. E mesmo o consórcio, que compra em grande escala, não consegue sustentar a integralidade da relação de medicamentos.Também realizamos compra através do consórcio intermunicipal do Sudoeste, porém com a mesma dificuldade com alguns produtos. Na licitação realizada na semana passada, mais de 200 itens fracassados ou desertos. Soros e alguns materiais cirúrgicos são outros dilemas que enfrentamos. E são vários os motivos dessa situação: a dependência estrangeira de matéria-prima, as paralisações causadas pela pandemia, controle alfandegário, aumento da demanda por alguns medicamentos, enfim… São muitos os condicionantes e determinantes de impactam na assistência farmacêutica”.

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