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Francisco Beltrão
segunda-feira, 02 de junho de 2025

Edição 8.216

31/05/2025

”Preços dos aluguéis não condizem mais com a realidade do mercado”

“Safra” das imobiliárias é no começo do ano com a chegada de novos estudantes à cidade.

 

 

Vieira, coordenador do NIFB.

Muitos proprietários de imóveis urbanos de Francisco Beltrão estão se vendo forçados a baixar os preços para conseguir locar. A queixa recorrente de estudantes e novos moradores que chegam à cidade é sobre o valor dos aluguéis. Os preços estão elevados há pelo menos dez anos, quando houve um crescimento acentuado do setor imobiliário, movido por investimentos nas áreas de educação, segurança e saúde. Porém, a crise econômica provocou bastante desemprego e diminuiu a procura.  

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O coordenador do Núcleo das Imobiliárias de Francisco Beltrão, José Carlos Vieira, diz que a “safra” das imobiliárias é agora no começo do ano, com a chegada dos novos estudantes. Portanto, há uma expectativa de melhora no segmento de locação. “Já ocorre um movimento para baixar os preços, porque a crise afetou o setor. Os preços dos aluguéis em Beltrão estão um pouco altos e já não condizem com a realidade do mercado.” 
O núcleo é formado por oito imobiliárias. Ele acredita que o aumento do custo de vida fez com que muitos jovens retardassem a decisão de sair da casa dos pais e motivou os que já moravam fora a voltar. “Os imóveis bons, sem preços exagerados, estão locando bem. Em conversa com algumas imobiliárias que têm uma carteira grande de locação, a gente constatou que cerca de 30% dos imóveis estão para locar”, comenta Vieira.

Instituições ajudam a procurar
Algumas instituições de ensino como a Unipar, que tem mais de três mil universitários, muitos deles de outras cidades, têm dentro do Programa Institucional de Atenção ao Estudante (Piae) o chamado cadastro moradia. A coordenadora Jaqueline Zanini conta que a procura por imóveis para locação é alta no início do ano letivo. “Eu busco em sites, jornais e demais locais, até mesmo na rua se eu vejo uma placa de aluga-se, informações sobre o local e disponibilizo para os alunos no Facebook do Piae e nos murais.” 

Cadastro moradia
É comum estudantes procurarem colegas para dividir as despesas de apartamento. O Piae também faz esse “meio de campo” entre quem tem vaga para dividir e quem procura um local para morar. “Muitos alunos e pais que vêm de fora buscam um lugar para eles ficarem. E já no ato da matrícula me procuram para saber se tem algo disponível. Com o tempo, os alunos perceberam o retorno e passaram a me procurar para divulgar, assim como as pessoas que têm casa ou apartamento próximos e deixam comigo seu contato”, diz ela.
O presidente do Nifb salienta que os imóveis para locação da área central estão com boa procura, porém nos bairros de classe trabalhadora, onde o desemprego teve maior impacto, a locação está em baixa.

O jeito é dividir
O estudante Alisson Berkenbrock divide uma quitinete com um amigo da faculdade e cada um tem uma despesa mensal com aluguel de R$ 500,00, incluindo luz, água e internet. Ele veio de Salto do Lontra para cursar ensino superior e optou por morar em Beltrão, em virtude da facilidade, ganho de tempo (a outra opção seria vir todos os dias no final da tarde de Van ou ônibus) e também a possibilidade de ter um salário melhor, pois pode cumprir um expediente inteiro e tem mais opções de trabalho. 
De acordo com ele, a opção para os jovens estudantes é morar longe das instituições de ensino ou dividir o imóvel com mais pessoas. “Por saberem que tem muitos alunos eles (locadores) se aproveitam e cobram mais do que seria justo.” Alisson também reclama da papelada que as imobiliárias exigem e quase sempre é preciso ter um avalista. 

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