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Francisco Beltrão
domingo, 01 de junho de 2025

Edição 8.216

31/05/2025

Perícia de caminhoneiro evitou tragédia no Trevo do Alvorada

 

Após saltar o quebra-molas, o caminhão sem freios bateu na lateral desta carreta carregada de caixas de cerveja, que seguia no sentido Água Branca/Trevo do Alvorada.

 

Quem viu o que sobrou do caminhão Scania que protagonizou, no Trevo do Alvorada, em Francisco Beltrão, um dos acidentes mais impressionantes de que se tem notícia na região, tem dificuldade para acreditar que seu motorista saiu vivo do local. Mas, logo que o veículo parou de se movimentar, moradores viram Dorival Kurek, 48 anos, surgir do meio dos destroços da cabine, aparentemente sem ferimentos. 

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Ainda meio atordoado, ele sentou na rua em frente a uma das residências que ficam a alguns metros do local e perguntava se tinha matado alguém. Embora não parecesse provável, dadas as dimensões do acidente, não houve vítimas fatais. Milagre, sorte e também muita coragem de Dorival, que conseguiu conduzir o veículo sem freios até o limite do possível para evitar uma catástrofe.

Conforme relatou o site Plantão Policial, o caminhão dirigido por Dorival, um Scânia 113, placas de Guatambu (SC), com carreta carregada de farelo de soja, trafegava no sentido Ampere-Francisco Beltrão e teve problemas nos freios. O motorista parou e um mecânico fazia o conserto, quando o caminhão começou a desandar. O motorista então conseguiu subir na cabine para tentar controlar o veículo, que desceu a Bica D’Água em alta velocidade.

 

Os outros dois veículos atingidos foram esta carreta Scania e o Fiat Idea, que foram parar no gramado, que serve como área de escape para o Trevo do Alvorada.

 

Barulho de tragédia
O estofador João Wilnes estava na varanda de sua casa, no alto do bairro Marrecas, de onde é possível ver alguns trechos da PR 483, quando comentou com seus familiares sobre a velocidade do caminhão que descia a Bica. Devido aos vários acidentes envolvendo carretas nas obras da trincheira, ele previu que, naquela velocidade, a coisa não ia acabar bem. “Logo em seguida a gente ouviu dois ou três barulhos muito fortes, pensamos que tinha acontecido uma tragédia no trevo”, conta. 

Quando desceu ao trevo para ver o que havia acontecido, João encontrou um cenário de filme: um automóvel e três caminhões bastante danificados, peças mecânicas espalhadas pela pista e gramados, e as cargas de cerveja e farelo derramadas na pista. “Não dava pra acreditar que no meio de tanto estrago não tivesse morrido ninguém; foi um verdadeiro milagre.” Ele também destaca a habilidade do caminhoneiro: “Controlar um caminhão desses naquela velocidade não é pra qualquer um”.

Coragem e perícia
A princípio, a coragem e a perícia de Dorival Kurek foram fatores decisivos para evitar uma tragédia. Depois de fazer a difícil curva da trincheira em alta velocidade e já chegando aos canteiros do trevo, ele teve de pegar a pista da esquerda para não bater na traseira de um caminhão porcadeiro, que seguia na sua frente. Daí por diante não havia como voltar à pista correta, devido aos canteiros centrais do trevo. Era seguir na contramão ou sair da pista, o que poderia ter consequências ainda piores.

 

Por fim, a carreta tombou e, empurrada pela carroceria ainda carregada com 42 toneladas de farelo de soja, seguiu pelo gramado que margeia a rodovia até ser contida pelo aclive do terreno. Por onde passou, ficaram peças mecânicas.

A primeira colisão só aconteceu na saída do Trevo do Alvorada, na altura da Solano Madeiras. Após passar pelo quebra-molas em alta velocidade, o caminhão ficou quase ingovernável e deu de encontro com outra carreta Scania G420, carregada com caixas de cerveja. Dorival, em conversa com populares, contou que fez o que pôde para evitar que as cabines batessem de frente. Seja lá o que tenha feito, deu certo, pois a segunda carreta teve apenas a carroceria atingida, o que fez a carga de cerveja se espalhar pelo trevo.

Na sequência, ainda em alta velocidade, o caminhão sem freios atingiu a lateral de um terceiro caminhão Scânia – que trafegava no sentido Água Branca/trevo – e, com o choque, rodou e foi parar no gramado lateral à pista, próximo ao depósito de gás da Damiani, para onde também foi jogado um automóvel Fiat Idea, que teve danos na frente e lateral direita. Um quarto caminhão teria sido atingido por peças que se soltaram e sofrido danos.
Sem controle, e despedaçando, o cavalo da Scania de Dorival tombou e também saiu para o gramado à direita, no sentido trevo/Água Branca. Mas a carroceria não tombou e, carregada de farelo, continuou empurrando a cabine. Por fim, grama, barro e o aclive do terreno seguraram o veículo, que teve a cabine muito danificada – sobrou só a parte do fundo, a estrutura mecânica, incluindo motor e caixa, foi totalmente arrancada.

 

Pouco sobrou da cabine do Scania, mas o motorista 
saiu caminhando do meio dos destroços.

 

Susto
Horas depois do acidente, Leonita Giusti voltou ao local e contou que, no momento das colisões, caminhava na rua paralela e, quando ouviu os barulhos, olhou para trás e viu “um monte de ferro” vindo em sua direção. Era a carreta com a frente destruída entrando no gramado. Ela então sentiu algo bater em suas costas, se assustou, pensando que fosse ferro, mas logo constatou que não estava ferida, tinha sido atingida por tufos de barro e grama arremessados pelo veículo ao entrar na área de escape do trevo.

Apesar dos danos materiais, chama a atenção o fato de não haver vítimas fatais. Vale lembrar que o acidente aconteceu por volta das 19h40, horário em que o local, normalmente, ainda tem trânsito intenso de veículos e de pessoas a pé. “Nessas horas a gente vê que Deus realmente existe”, avaliava um dos populares que observavam o cenário.

 

Perto das 23 horas, o motorista Dorival Kurek, ainda no local, conferia documentos com o Soldado Siliprandi. 

 

 

 

 

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