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Francisco Beltrão
domingo, 01 de junho de 2025

Edição 8.216

31/05/2025

Gleisi Hoffmann vê infraestrutura como prioridade viável na Carta do Sudoeste

 

No Santa Fé, vice-prefeito de Francisco Beltrão, Eduardo
Scirea, e a candidata ao governo Gleisi Hoffmann.

 

A candidata ao governo do Paraná Gleisi Hoffmann (PT) foi a primeira a participar do Tá na mesa, quarta-feira, no Santa Fé de Francisco Beltrão. A promoção da Acefb, com parceria da Amsop, serviu para apresentar a Carta do Sudoeste – resumo de itens considerados importantes para o desenvolvimento regional. “Nós falamos bastante da infraestrutura e isso é uma coisa que está mais próximo de acontecer, temos esse compromisso”, disse Gleisi, na entrevista, quando respondeu perguntas feitas pelo público, após sua palestra.

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Na quinta-feira que vem será a vez de Beto Richa (PSDB) e na outra semana, dia 11, Roberto Requião (PMDB).
Confira a seguir uma síntese da entrevista, que foi coordenada pelo comunicador Adir Seleski.
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Sobre a Carta do Sudoeste: qual dos itens que nós podemos esperar do seu governo que está mais próximo de acontecer?

Gleisi – Nós falamos bastante da infraestrutura e isso é uma coisa que está mais próximo de acontecer, temos esse compromisso, o governo federal, coordenei o plano de investimento e logística. As últimas concessões de estradas que nós tivemos foram quase cinco mil quilômetros que nós fizemos de rodovias federais e com uma concessão focada sem comprometer o retorno empresarial, todas essas concessões, em média a cada 100 quilômetros, não custam mais que 4 reais, todas têm que ter a duplicação em cinco anos, todas têm que ter pelo menos 10% dos investimentos para poder cobrar o pedágio. 

Outra área é a de agricultura, nós temos que aproveitar o que nós temos no país, que é crédito barato, que é incentivo, que é um programa organizado, como o Pronafe ou o PAC, que é um programa da agricultura produtiva. E a saúde, que é uma das grandes prioridades na área social, a gente fazendo uma grande parceria com os consórcios de saúde pra que a gente possa acabar de vez com a fila das especialidades, dos exames e comecemos a recuperar a infraestrutura, a estrutura para que os nossos hospitais regionais possam funcionar.

Obviamente que tem muitas outras questões que nós vamos dar encaminhamento, quero dizer a vocês que nós não vamos resolver tudo, é impossível em quatro anos, mas eu acho que se a gente chegar a uma diretriz, chegar a uma organização, planejamento, foco, a gente induz a resolução de vários problemas, e pedir a vocês que analisem. Sei como o governo federal age, sei dos projetos que tem, as operações que podemos fazer parcerias e digo com muita sinceridade, é possível fazer muito do que está aqui na Carta do Sudoeste, organizando, planejando, tendo foco. 

Qual é o seu compromisso para que a carga tributária seja diminuída?
Gleisi – Bom, a questão tributária é um desafio que nós temos, faz tempo que estamos falando de reforma tributária e o Congresso Nacional não consegue discutir isso, porque precisaria fazer uma revisão de todo o sistema tributário nacional, não se consegue fazer ou porque tem interesses diversos dos estados, um estado vai perder, outro vai ganhar. Começamos, no Brasil, a fazer uma reforma parcelada, uma coisa importante que nós tivemos, que tenho certeza que teve impacto aqui na produção, foi a desoneração da folha de pagamento. 
Nós tivemos, com a desoneração na folha de pagamento, uma renúncia fiscal estimada em 2013 de R$ 16,5 bilhões e em 2014 de R$ 21 bilhões. Fazer também renúncia de IPI, 30% a menos de IPI e de várias áreas. O Paraná por exemplo é líder na produção de energia, nós podíamos ter competitividade das nossas empresas, das nossas indústrias fazendo um preço diferenciado.

Para agricultura recursos e taxa de juros acessíveis, por que não há isso não para o setor empresarial?
Gleisi – É verdade, acho que hoje já temos linhas de crédito, BNDS, Banco do Brasil, tem várias linhas que foram feitas. O ministro da micro e pequena empresa, Afif Domingos, tem um projeto que foi aprovado, que é da nova lei da micro e pequena empresa, a grande empresa entraria em ações não com juros tão altos, mas no sentido de ter um financiamento mais acessível.

E com a relação às rodovias, pedágios, o que poderá haver em curto prazo?
Gleisi – Teremos um PAC Paraná. Nós temos que sentar com o governo federal, como sentamos com o setor produtivo, para ter um PAC em rodovias, ferrovias, enfim, investimentos federais aqui. Porque se o Paraná tivesse a organização que o Sudoeste tem aqui, de fazer a discussão integrada, de ter um plano de desenvolvimento regional, nós já teríamos conseguido muito mais recursos federais e até de organismos internacionais. Então meu compromisso é esse, que a gente possa fazer um plano, um planejamento, partindo das regiões com as prioridades que nós temos em investimentos de infraestrutura e logística e vamos buscar recursos federais, vamos buscar parcerias público-privadas.

Qual é o seu plano para o setor energético do Paraná?
Gleisi – Nós somos o maior produtor de energia, o maior exportador de energia e o maior exportador de ICMS, porque na energia o único que cobra ICMS é o destino, então São Paulo consome muita energia do Paraná e fica com o ICMS alto. Bom, eu acho que, como eu falei aqui, a energia pode ser vital para o desenvolvimento. 
A última usina hidroelétrica está sendo feita, mas podemos ter a energia alternativa. Portanto, apoiar as indústrias que já estão aqui, atraindo novas indústrias com uma diferença básica que seria o preço da energia, fazer um preço diferenciado, com isso nós temos condições de trazer arrecadação de ICMS pro nosso Estado.

Outro item da Carta do Sudoeste é um curso de Medicina para Pato Branco.
Gleisi – Bom, em primeiro lugar, entender que nosso sistema estadual de ensino superior é um diferencial de competitividade no nosso Estado, ele não pode ser visto com um encargo ou um problema, porque eu já vi manifestações do governo do Estado dizendo que tem que federalizar as universidades estaduais, eu sou contra federalizar, acho que nós investimos muito nas nossa universidades, possuímos esse sistema e ele precisa ficar para o Estado. Vamos dar sustentabilidade aos cursos que nós temos e vamos, sim, ter um planejamento regional, ampliar os recursos que são necessários para o desenvolvimento, principalmente para a área de exatas.

Sobre aeroporto. Se somado o investimento em Pato Branco e um investimento em Beltrão, não seria mais viável um aeroporto regional?
Gleisi – Não, seria muito mais caro. Os investimentos que vamos fazer nos aeroportos de Pato Branco e Francisco Beltrão são investimentos para os terminais de passageiros, que não é um investimento grande, e uma melhoria das pistas que já existem e tentar trazer e efetivar aviação regular, que hoje o Sudoeste não tem.
Não sou contra o aeroporto regional, acho importante,  várias regiões do Estado reivindicam, mas nós precisamos ter condições para fazer esse investimento. 

Nós podemos fazer, por exemplo, uma parceria público-privada, como nós fizemos e estamos fazendo concessão dos grandes aeroportos nacionais, estão ficando muito bonitos, estão tendo retorno e estão podendo ser sustentados. Se depender única e exclusivamente do investimento público, vai ser mais demorado.

Como será a política de implantação de delegacias para a mulher? O Sudoeste todo poderá ser contemplado?
Gleisi – Sim, nós temos um programa que tá baseado num programa nacional da Secretaria Especial de Políticas das Mulheres, que é a Casa da Mulher Brasileira. Nós temos que fazer a casa da mulher paranaense pra que cada região do Estado tenha um serviço desse e a ideia é fazer uma casa dessas aqui em Francisco Beltrão, que tenha junto vários sistemas, tenha a delegacia da mulher, tenha vara especial, tenha a defensoria pública, tenha uma casa abrigo de passagem onde a mulher vítima de violência poderá ser acolhida pra depois ser encaminhada.

 

 

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