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Francisco Beltrão
domingo, 01 de junho de 2025

Edição 8.216

31/05/2025

Família Costa: Foco na produção de leite e no trabalho comunitário

Família que mora no interior de Santa Izabel faz parte da Festa de São Cristóvão, de Ampere.

 

Cassiano, Rita e Gilberto, em frente da sua casa, na propriedade que fica em Santa Izabel.

Entre os voluntários que trabalham na Festa de São Cristóvão, em Ampere, um grupo se destaca – são os conselheiros da Paróquia Santa Teresinha e Santo Agostinho, que dedicam boa parte do seu tempo para melhorar a vida da comunidade católica amperense.

Dentro desse grupo, entre outras pessoas escolhidas na comunidade, encontram-se os Costa, uma família de agricultores que participa da festa com o trabalho que pode ser feito do sítio: encontrar lenha e carne para o churrasco, levar salames e outros produtos coloniais para o jantar italiano e até conseguir um pouco de salada, organizar as refeições, entre outras coisas.
Por isso, o Jornal de Beltrão decidiu visitar essa família, que, além de participar tão ativamente da preparação da festa, também é homenageada por ela. Com as devidas indicações, a reportagem foi atrás de sua moradia – saindo de Ampere, atravessando a rodovia e dirigindo alguns quilômetros no interior, até que, sem perceber, já estava em Santa Izabel do Oeste, município vizinho de Ampere.
E é lá que se encontra a família Costa – o casal Gilberto Antonio e Rita com seu filho Cassiano -, moradores de Santa Izabel, mas participantes da igreja de Ampere. Dona Rita explica: “Quando a gente casou, morávamos lá em Ampere, mas aí surgiu essa oportunidade e a gente se mudou para cá. Depois, duas outras comunidades convidaram a gente para participar da igreja, mas como a gente já era da comunidade de Ampere, continuamos indo ali”.
Entretanto, a família não se limitou a aparecer na igreja de vez em quando, e mostrou interesse e participação nos assuntos da comunidade. Foi então que a paróquia fez uma votação para selecionar o conselho e os Costa foram indicados. “A gente não queria tanto essa posição, mas aí a votação foi expressiva e o frei Vilmar [Potrick, pároco de Ampere até o ano passado] não deixou a gente escapar”, conta Rita.
Assim, em janeiro de 2015, a família Costa passou a fazer parte do conselho paroquial e hoje está participando de sua segunda Festa de São Cristóvão desde que assumiu o posto. “No começo a gente não tinha experiência para ajudar, mas os outros ajudaram bastante, e nesse ano estamos conseguindo participar ainda mais”, diz Gilberto, e acrescenta: “Mesmo depois que a gente não fizer mais parte do conselho, vamos continuar ajudando. Agora vai ser difícil o pessoal deixar de chamar a gente”.
A principal função de Gilberto na festa é organizar a carne para o churrasco, e ele acredita que vai passar dos 3 mil quilos nesta edição.
Já dona Rita vai ter mais uma função, que é ajudar no jantar italiano – uma novidade que foi servida no ano passado e se manteve para 2016. “Vai ter umas 25 mulheres trabalhando nesse jantar, e tudo o que você imagina de italiano vai ter. O trabalho na cozinha a gente já começa ali por segunda-feira, com toda a higienização e limpeza. Terça-feira começa a preparar o macarrão e vai congelando, e depois tem trabalho durante a semana”, conta.
E quanto ao sacrifício de tirar parte do seu tempo para fazer esse trabalho para a igreja, o casal diz que é um prazer. Tanto que até os filhos – Cassiano, de 23 anos, e os dois mais velhos que não moram mais com o casal – também participam, sempre na equipe da liturgia. Para Rita, isso é essencial na família: “Une a gente e as pessoas nos valorizam por esse trabalho”. E Gilberto completa: “A gente sempre foi de participar da igreja, isso já vem de berço”.

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A propriedade
Faz 27 anos que dona Rita e seu Gilberto mudaram para a propriedade onde vivem hoje, na comunidade de Linha Timóteo, em Santa Izabel do Oeste, e desde o início a família lidava com vacas de leite.
Naquela época, Rita e Gilberto ainda não tinham filhos, então eles nasceram e se criaram na roça – e Cassiano gostou tanto que se instalou por lá e pretende ajudar os pais a tocar a propriedade, garantindo a sucessão da terra. “Ele é formado em Administração, mas não quis sair de casa. Quis ficar para ajudar, porque a gente tá quase chegando nos 60 e daí começa apertar”, relata Gilberto. O filho acrescenta: “Quero com certeza continuar aqui, aumentar a produção e trabalhar no sítio”.
Hoje os três trabalham sozinhos na propriedade e têm no leite a principal renda, com um acréscimo na lavoura, além de produções para consumo próprio, como hortaliças e porcos. No leite, a família possui cerca de 30 cabeças de gado. Dessas, 15 estão em lactação, produzindo cerca de 7 mil litros por mês
E a família garante: essa é a vida que eles querem. “É uma vida muito boa, a gente tem tranquilidade. Trabalhamos bastante, mas não precisamos cumprir horário. Temos uma liberdade muito grande, e para nós isso é um tesouro”, afirma Rita. “Para a gente, estar sempre trabalhando é o que dá saúde. Eu a Rita nos criamos nessa lida, então o trabalho é um prazer e o interior é o melhor lugar que existe”, declara Gilberto.

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