Casos da doença e mortes em Minas Gerais têm deixado a população apreensiva.

A Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) recomendou que as equipes municipais reforcem o trabalho de vacinação contra a febre amarela na rede pública de saúde, principalmente para as pessoas que irão viajar para regiões de risco para a doença. O motivo é o alerta emitido pelo Ministério da Saúde, referente a um possível surto de febre amarela em 21 cidades do Estado de Minas Gerais.
Até o momento, pelo menos 110 casos suspeitos foram notificados, com 30 mortes em investigação. As ocorrências foram registradas na área rural, mas há o risco de a doença também ser reintroduzida no meio urbano. Desde 1942, nenhum caso urbano é registrado no Brasil.
De acordo com o diretor-geral da Sesa, Sezifredo Paz, a situação exige cautela. “A principal forma de prevenção é a vacina. Toda pessoa que vai se deslocar para regiões de risco, como áreas de matas e rios e estados e países com circulação da doença, deve ser imunizado”, ressaltou.
A vacina está disponível nas unidades de saúde pelo sistema público e deve ser tomada até dez dias antes da viagem para que o organismo possa produzir os anticorpos necessários. Para garantir a imunidade, são necessárias pelo menos duas doses ao longo da vida.
Procura aumentou em Beltrão
Segundo a enfermeira Cátia Schmitz, da Divisão de Vigilância Sanitária da Secretaria de Saúde de Francisco Beltrão, a procura pela vacina contra a febre amarela aumentou nas unidades de saúde do município desde que foram divulgadas as notícias sobre os casos em Minas Gerais. O Paraná é considerado zona de transição e as autoridades estão monitorando a situação com bastante cautela.
Segundo a Secretaria Municipal de Saúde, várias unidades já registraram a presença de pessoas procurando informações e conferindo suas carteiras de vacinação. De acordo com a enfermeira Cátia, a vacina está disponível no município e não há risco de faltar doses. “Por orientação do Ministério de Saúde, não podem ser vacinadas as gestantes e mulheres que estão amamentando, além de crianças com menos de 6 meses de idade e idosos acima dos 60 anos. As demais pessoas podem receber as doses, se ainda não receberam”, explica.
Cátia reforça que as pessoas que ainda não foram imunizadas devem procurar as unidades de saúde do município para receber a dose da vacina. Segundo ela, para ser considerada imunizada a pessoa precisa ter recebido duas doses da vacina ao longo da vida. “Os protocolos mudaram ainda em 2014 e, desde aquele ano, as pessoas que já tomaram duas doses não precisam mais fazer o reforço, são consideradas imunes à doença. Contudo, quem ainda não fez ou não se lembra e não possui a carteira de vacinação, deve procurar os postos para fazer o reforço”, orienta.
Sobre a doença
A febre amarela é uma doença infecciosa grave que, se não tratada rapidamente, pode levar à morte em cerca de uma semana. Na área rural ela é transmitida por mosquitos silvestres, o Haemagogus. Na urbana é transmitida pela picada do Aedes aegypti, o mesmo que transmite a dengue. “Embora os vetores sejam diferentes, o vírus e a evolução da doença são iguais e não há transmissão de uma pessoa para outra”, explica a superintendente de Vigilância em Saúde do Paraná, Cleide de Oliveira.
A transmissão do vírus ocorre quando o mosquito pica uma pessoa ou macaco infectado, normalmente em regiões de floresta e cerrado, e depois pica uma pessoa saudável. Ao retornar para a cidade, essa pessoa possibilita a transmissão para outras pessoas pelo Aedes aegypti, podendo causar surtos de febre amarela nas áreas urbanas.
A enfermeira Cátia Schmitz acrescenta que a melhor atitude da população para ajudar no combate à doença é eliminando os possíveis criadouros do mosquito Aedes aegypti. “Essa é mais uma das doenças transmitidas por este mosquito, então está aí um bom motivo para que todos se preocupem em evitar a proliferação, eliminando locais que possam servir de criadouro”, orienta.
Para quem é indicada a vacina contra febre amarela
A vacinação é recomendada aos viajantes que se dirigem para áreas com matas e rios, e deve ser tomada até dez dias antes da viagem para que o organismo possa produzir os anticorpos necessários. No Brasil, as seguintes áreas são de risco para febre amarela e, portanto, de recomendação da vacina: Acre, Amapá, Amazonas, Distrito Federal, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Pará, Rondônia, Roraima e Tocantins, incluindo suas capitais, bem como as áreas de matas e rios dos seguintes estados: Bahia, Paraná, Piauí, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e São Paulo. Na América Latina, os países de risco e que já tiveram casos confirmados são Colômbia e Peru. Fonte: Secretaria de Estado da Saúde do Paraná (Sesa/PR)