Com os surtos pelo Brasil, a Secretaria da Saúde redobra os cuidados para evitar que a doença atinja o Paraná.

Foto: ebc.com.br
Em videoconferência com as 22 regionais de saúde do Estado na sexta-feira, foram repassadas orientações referentes à prevenção, vigilância e assistência sobre a febre amarela para as equipes de saúde. O objetivo da Secretaria do Estado da Saúde (Sesa) é organizar e articular o trabalho realizado nos 399 municípios.
“Queremos incentivar os profissionais de saúde a cuidarem de toda a população do Paraná como cuidam de seus entes queridos. A orientação principal é incentivar a prevenção por meio da vacinação. Conversar com famílias, amigos e colegas de trabalho para lembrarem da importância da vacinação seletiva”, disse a superintendente de Vigilância em Saúde, Júlia Cordellini.
Diferente de outros estados do País, o Paraná não está fracionando as doses da vacina contra a febre amarela. É necessária apenas uma dose da vacina para garantir a imunidade por toda a vida. A vacinação seletiva está disponível em todas as cidades do Estado nas principais unidades de saúde. Ela é indicada para crianças a partir dos 9 meses e adultos até os 59 anos.
O alerta principal é para pessoas que residem em áreas de matas e rios ou que fazem atividades como trilhas, pesca e acampamentos. Quem for visitar esses locais, deve procurar a unidade de saúde pelo menos dez dias antes da viagem. Esse é o tempo necessário para garantir a devida imunização contra a doença.
Para gestantes, mulheres que amamentam, crianças até nove meses de idade, adultos maiores de 60 anos, pessoas com alergia grave a ovo ou imunodeprimidos a recomendação é que só sejam vacinados com indicação médica.
Vigilância
O último caso de febre amarela autóctone confirmado no Paraná foi em 2008, em Laranjal, região central do Estado. Com relação a óbito autóctone, o último também ocorreu no mesmo ano na cidade de Laranjal.
Além da vigilância de casos, o Estado também realiza a vigilância do óbito de macacos e coleta de mosquitos. Apenas em 2017, foram investigados 182 pontos em 89 municípios, o que corresponde a 22,3% do território estadual. O último inquérito foi realizado no mês de dezembro e, até agora, todos os resultados foram negativos para a presença do vírus. “Investigamos quaisquer possíveis rumores sobre a morte de macacos ou notificações da doença. A comunicação em sintonia entre os serviços e a investigação ocorrendo em tempo hábil são ferramentas fundamentais para evitarmos a doença no Paraná”, fala a chefe da Divisão de Controle de Vetores, Joseana Cardoso.
Os profissionais da Atenção Primária também devem estar atentos a qualquer sintoma ou sinal da febre amarela. “Todas as equipes das unidades de saúde, incluindo os agentes comunitários, devem informar a Secretaria da Saúde sobre qualquer possível caso da doença. Queremos que a população paranaense esteja atenta e segura”, fala a chefe do departamento de Atenção às Condições Crônicas, Márcia Steil.
Apenas precaução
Conforme Beatriz Manfrin, chefe da Divisão de Vigilância em Saúde da 8ª Regional de Saúde de Francisco Beltrão, até o momento não tem nenhuma ocorrência ou indício no Paraná e a mobilização da Sesa e das regionais é apenas por precaução. “Isso é para não pegar a gente com a calça curta, como aconteceu em São Paulo”, reforça.
Beatriz relembra que a vacinação contra a febre amarela na regional de Beltrão iniciou em 1999. “Todos os moradores de municípios da fronteira com a Argentina, Paraguai e São Paulo foram imunizados naquela campanha. Foi a primeira grande campanha que fizemos. De lá pra cá, a vacinação entrou na rotina. O alerta é para que nunca tomou a vacina, que faça logo, e quem já tomou alguma dose no passado não precisa mais fazer”, explica.
A preocupação maior deve ser da população rural, principalmente em regiões onde exista a presença de macacos. “O macaco é nosso termômetro. Onde tem macaco, qualquer indício de macaco doente ou morto deve-se chamar imediatamente a vigilância”, orienta Beatriz.