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Francisco Beltrão
domingo, 25 de maio de 2025

Edição 8.211

24/05/2025

Vergonha é roubar e não saber carregar

O famoso assalto ao Banco Central em Fortaleza, em 2005, ganhou fama mundial e mexeu com o imaginário popular. Coisa de cinema. Algo como “Onze Homens e Um Segredo”? Não. Eram mais que onze e nem era tão segredo assim.

A minissérie documental da Netflix “3 Tonelada$ – Assalto ao Banco Central” é uma boa oportunidade para relembrar o noticiário da época e descobrir detalhes cômicos, bizarros, surpreendentes e desanimadores sobre o assalto em si, os envolvidos, a investigação e o desfecho da história (se é que se pode dizer isso).

O jeitão de reportagem especial do Fantástico (existe ainda?) pode não ser o mais atrativo, mas é familiar e a produção é bem feita, embora a cronologia da narrativa seja meio bagunçada e atrapalhe uma visão mais abrangente no final. Acredito que dava para contar a história sem tantas idas e vindas.

Erro, não existe o grupo! Verifique sua sintaxe! (ID: 11)

Contudo, o que interessa mesmo é saber os detalhes do roubo, quem fez o que, como, quando… Nisso a produção acertou. Seguindo o ponto de vista dos investigadores — essencialmente policiais, mas também jornalistas e outros profissionais —, os fatos e os nomes são revelados aos poucos, conforme a investigação avança e no final temos um resumão para ajudar.

Logo de cara, ao saber como era a vigilância na caixa forte, já rola aquela vergonha. Patético é o mínimo que se pode dizer. Uma coisa que fica clara nessa série é que o acaso — ou sorte, se preferir — influencia mais as coisas do que se imagina. Da mesma forma, o espírito irreverente do brasileiro está sempre aflorando, mesmo nas horas mais impróprias. Como no caso do ladrão que fez uma identidade falsa usando gorro.

Tanto o modo como os bandidos agiram, como o modo de trabalho da polícia são bem relatados e chama a atenção para a lógica e jogo de gato e rato. Aqui se destaca a fala de um policial, que disse que a engenhosidade dos ladrões, que sobrou na hora de executar o assalto, faltou na hora de saber o que fazer com o dinheiro. Com trabalho e paciência, todos os envolvidos foram identificados e mais de uma centena de pessoas foi presa no processo.

Ter um leve vislumbre desse submundo (que nem é tão submundo assim, infelizmente) mostra como tudo está muito conectado: ladrões, traficantes, empresas, polícia honesta, polícia corrupta e eventos como os ataques de maio de 2006, que podem até ter ligação com o assalto.

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