Seria Elon Musk “O cara”? Não acho que valha a pena bater palmas para as personalidades que estão na mídia de um modo geral, mas admito que o empresário sul-africano tem direito a uma cota de “joinhas”.
Me esforço para não virar fã (e ele ajuda com umas opiniões bem estranhas), mas seus projetos e sucessos chamam minha atenção já que temas científicos têm influência nos meus interesses. Adoro filmes e séries sobre viagens espaciais e sou fascinado pela história da corrida espacial protagonizada por EUA e URSS nos anos 60.
Sem ignorar as motivações e implicações políticas, os desafios enfrentados pelos engenheiros, físicos, matemáticos, químicos e afins, bem como seus fracassos e sucessos prendem minha imaginação, me fazem ter orgulho de certos feitos de nossa espécie e dão esperança de um futuro menos mesquinho e mais focado no conhecimento.
Levar um ser humano até a Lua e trazê-lo de volta com um computador mais fraco que o pior celular de hoje é sim o maior feito da humanidade. Existem muitos pontos a se considerar para vislumbrar um contexto mais amplo, mas a grandiosidade da façanha é incomparável.
E quem ressuscitou esse troço de viajar ao espaço foi Elon Musk. Enquanto outros bilionários como Richard Branson querem explorar o turismo espacial, ou Jeff Bezos que briga na justiça para ter um contrato com a Nasa antes mesmo de fazer um foguete realmente útil, Musk se sentiu desafiado a começar do zero e criar um meio mais barato de ir para fora da Terra.
Entre criar a Spacex em 2002 e conseguir fazer o primeiro estágio do foguete Falcon 9 retornar ao solo pousando na vertical (como nas animações do Pernalonga) foram apenas 13 anos. Sim, apenas. Para quem começou do nada foi pouco tempo. Agora, dominando pelo menos dois terços desse “mercado” super exclusivo, o guri já trabalha para mandar um grupo de corajosos para Marte na próxima década. E não duvido que consiga.
Marqueteiro astuto, ele registrou muita coisa nos últimos 20 anos e o documentário “De Volta ao Espaço”, da Netflix — não seria da Amazon, não é? — mostra de forma bem resumida essa enorme odisséia. Poderia ser mais detalhada, mais técnica, mas gasta muito tempo com sentimentalismo. Entendo o apelo, só que eu queria saber mais dos desafios de engenharia superados.
Mesmo assim é muito interessante e vale a pena conferir, já que se trata da personalidade atual que tem as maiores chances de entrar para os livros de história com algum destaque. Você duvida?