Por Murilo Fabris – Se você assistiu aos clássicos “Halloween”, “Pânico” e “A Hora do Pesadelo” vai adorar o primeiro Pipoca e Guaraná de 2023. No sentido mais amplo da palavra “excêntrico”, os filmes slashers são uma festa para os amantes de terror e o longa a seguir é uma honra ao gênero, mas ainda vai um pouco além. É um verdadeiro embate entre libertinagem e tradição.
Lançado em agosto do ano passado, “X – A marca da morte” não poupa em seus exageros. Tudo é “muito”: muito sangue, muita carnificina, muita gente pelada, muita extravagância. O diretor Ti West entrega um show de excentricidade, e, ao contrário do que parece, nada do que digo até aqui é algo ruim (se você procura algo diferente pra ver no sábado à noite).
Um grupo de atores novatos decide fazer um filme adulto que promete revolucionar Hollywood. Para isso, eles alugam uma casa no interior, onde os caseiros do lugar ― Pearl e Howard, dois velhinhos indefesos ― jamais suspeitariam das intenções do grupo. O que o jovem elenco não imagina é que o casal de anfitriões não é lá tão ingênuo e normal.
Geralmente as histórias do gênero slasher se passam à noite, para disfarçar os efeitos especiais de baixo orçamento. Algo que “X” mantém, mas não pela falta de investimento. O que têm de sobra no longa são efeitos práticos de boníssima qualidade, que de tão reais mexem com o estômago de quem não está acostumado.
Não só a sangria é feita sem pós-produção, bem como a maquiagem de Pearl, já maltratada pelo tempo. Acontece que a personagem é interpretada por Mia Goth que, no mesmo filme, também dá vida à protagonista Maxine. Eram horas de reboco pesado para alcançar o envelhecimento perfeito. Quem também se destaca é Jenna Ortega (Wandinha, 2022) que tem um papel pequeno, mas que rende uma atuação impecável.
“X – A marca da morte” chegou no catálogo da Amazon Prime em 31 de dezembro. Para a sorte dos fãs do terror, estão programadas mais duas sequências da saga para este ano ― Pearl (9 de fevereiro) e MaXXXine (sem data de lançamento oficial).
