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Francisco Beltrão
domingo, 25 de maio de 2025

Edição 8.211

24/05/2025

Cansativo sem sair do sofá

Reprodução/Netflix

Por Murilo Fabris – Escolher “O pálido olho azul” para assistir no domingo à tarde foi uma opção errada, confesso. O sol judiado do verão brasileiro não combina em nada com a produção recém-lançada na Netflix. Ambientado na Nova Iorque de 1830, com neve para todo lado e um mistério atraente, o filme, estrelado por Christian Bale, cansa sem ser necessário levantar do sofá. O grande problema não está nem no elenco talentoso que pernoiteia o filme, pelo contrário, é por conta deles que a história alavanca.

O que me incomoda é o fato de o filme começar bem, mas parar no meio do caminho. A premissa é instigante: desde que a mulher morreu, e a filha foi embora, o detetive aposentado Augustus Landor (Bale) se entregou à bebida; mesmo com o histórico conturbado, ele é recrutado por uma academia de cadetes para desvendar o suicídio de um dos estudantes. O mais esquisito em torno do enigma é o fato do defunto ter o coração, literalmente, roubado. Para desvendar o caso, o investigador vai contar com a ilustre ajuda de ninguém menos que o perspicaz Edgar Allan Poe (Harry Melling).

Apresentadas as incógnitas, eu esperava por respostas que, de fato, vêm, mas num ritmo arrastado, longo e gelado. O suspense se mistura com um romance previsível e uma sonoplastia muxoxa, que leva o espectador aos bocejos.

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Sou um grande entusiasta da mistura de gêneros, mas tive a impressão de que o longa começa sendo uma coisa, tenta ser outra, e no fim acaba não sabendo onde se encaixar. É claro que não é de todo ruim e tem sua graciosidade, mas não se compara com “Glass Onion”, também da Netflix, por exemplo. Os dois têm suas diferenças gritantes enquanto locação e enredo, mas pensando no gênero mistério/suspense só um convence de fato.

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