Geral
A honradez é uma demanda relacional que se estabelece sobre os princípios estabelecidos por Deus. São estes basilares para a boa formação do ser humano, a fim de que cumpra o seu propósito e efetive o significado de sua existência. Deus, em sua brilhante abordagem pedagógica, escolheu trabalhar esta didática no ambiente familiar,tendo por isto dado origem à família. Conceitos e princípios se consolidariam a partir dali. Mas o inimigo de nossas almas também focou o ambiente familiar, desde o Gênesis tem insistentemente trabalhado pela quebra de comunhão, pela inserção da desconfiança, do egocentrismo, das expectativas extracionistas e individualistas,tirando o foco do que a família deveria ser, ou seja, mudando o eixo das realizações por missão para existências centradas no ter, no possuir, no amealhar. O existir ou estar junto em famílias hoje não tem o sentido original estabelecido pela perspectiva de Deus. Poderíamos dizer que as pessoas vivem juntas, convivem juntas, estão juntas, mas não necessariamente num nível de aliança profunda, e isso foi a primeira coisa que o inimigo maculou na família original. O texto sagrado nos diz que : “Adão e Eva estavam juntos, nus e não se envergonhavam.” Nudez aqui é literal e não metafórica. Este era o seu estado original, sem culpas, sem vergonhas, sem ter o que esconder um do outro, transparentes. Com a inserção do projeto maligno na vida de ambos, debaixo do sonho da independência de Deus, e mais profundo ainda, do desejo de se “deusificar, ambos, Adão e Eva contaminaram a sua natureza. Os efeitos ficaram imediatamente evidentes pois, sob os olhares indagativos do Senhor Adão culpa Eva, culpa Deus e se auto justifica. Traços tão reais nos ambientes familiares atuais. Temos as nossas “Evas” para culpar e nossas tentativas de arrogantemente dizer:”Porque Deus deixou isto acontecer?” Assim como Adão preferimos terceirizar culpas e minorizar as escolhas que fizemos em nossas semeaduras existenciais. Maculados em sua honra original, o primeiro casal deixou um legado para toda a humanidade, o da natureza pecaminosa. Este é o legado do “primeiro Adão”, culpa, separação e morte. Jesus o segundo Adão vivenciou os princípios, pois apenas um homem pleno e perfeito poderia refazer o legado. Ao contrário de Adão Jesus não deixou legado por herança genética, diferente do que Dan Brow propõe em seu tendencioso livro transformado em Filme. Mais do que isso, Ele viveu os princípios por todos nós, com sua vida e morte sacrifical. Esta maravilhosa obra potencializa um legado que é transmitido ao coração transformado por Sua presença em nossas vidas, e não por vivencia religiosa. Tal transformação nos torna melhores em casa, na família e na sociedade e por esta razão penso, se alguém tem um discurso de fé mas uma prática sem honra em casa, negou a fé e é pior do que o descrente, como nos dizem as Escrituras. O desafio que temos hoje é o de refazer a rota da honra a partir de nossas casas e famílias, daí para a sociedade e então para todos. Pessoas que voltem a desejar viver os princípios do Eterno e assim vivenciar a benção de gerações sólidas por um legado duradouro e abençoado. Esta é a benção que desejo hoje para os meus, e também para você e os seus. Famílias consolidadas nos princípios de Deus não precisam gritar o seu sucesso. São admiradas e tornam-se referencias, não por aquilo que têm, mas por aquilo que são.
*Pastor da Comunidade Batista Betel, palestrante, colunista e escritor.
