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Francisco Beltrão
segunda-feira, 02 de junho de 2025

Edição 8.216

31/05/2025

Meu Brasil e eu. Ontem e hoje

Geral

O Brasil que conheci desde que me entendi por gente, ainda estava debaixo do governo militar. Emergi para a vida neste contexto sem perceber profundamente o todo dos fatos que se davam na sociedade brasileira de então, recebendo apenas os efeitos. No início dos anos 70, ainda menino, percebi-me imerso numa brasilidade que cultivava o futebol, o carnaval e os desfiles militares de 7 de Setembro, com a participação de algumas escolas públicas. Lembro-me do civismo e do patriotismo latente, sentimentos estes estimulados não apenas nas escolas, mas prioritariamente nas famílias.

Cresci e cheguei aos anos 80 com 15 anos de idade, ali já imerso nas dores de ter sido excluído de uma instituição militar, na qual estudei, o Colégio Militar de Belo Horizonte, ao qual tive acesso por intermédio de um concurso de admissão, uma vez que não era filho de militares, um verdadeiro vestibular infantil. Havendo passado e tendo sido introduzido nesta nova etapa, entendi-me inserido na história do Brasil de forma diferente, isto porque as ruas e cidades começavam a efervescer pelas possibilidades democráticas, especialmente na participação de civis na vida pública brasileira, mais especialmente ainda na gestão nacional. Quanto a mim, indevidamente adequado às posturas exigidas por um colégio militar e sobretudo,  imerso em uma crise adolescente familiar pela descoberta súbita de que os pais que eu pensava ser os meus, não eram devidamente tais, desinteressado e insubmisso ao contexto escolar, fui declinando até ser “convidado a me retirar”.

Valores como respeito, honra, aplicação e disciplina, estes ausentes da minha performance pessoal de então, eram fundamentais para quem pretendesse seguir e estar em sala de aula com produção qualitativa. Eu não só havia me tornado abraçado ao meu problema, como também criaria problema para professores e alunos, tal minha postura de indisciplina e inquietação. No entanto, não nutro amarguras posteriores e nem culpo a instituição. Digo isto porque os valores e princípios ali exigidos são, até hoje, valores que só dignificam o ser humano. Eu é que estava na contramão de tudo isto.

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Os anos que se seguiram foram difíceis. Meus pais que sonhavam em ter um oficial militar na família, agora iriam conviver com a decepção de um filho que não atendeu às expectativas e ainda iriam colher o ônus de comportamentos, palavras e atitudes equivocadas deste que lhe escreve.

O Brasil em mudança,o clamor pelas diretas, as mudanças históricas da nação, tudo isto estava passando desapercebido por um adolescente inquieto, frustrado e depressivo. Dias nos quais assisti a história e aos eventos, sem inferir, interferir, participar ou sugerir. Não tinha interesse, vez e nem voz para tanto.

Por aquilo que você lê deste texto  e de outros tantos que escrevi, deve conjecturar em seus pensamentos nos motivos desta mudança ou transformação tal. Asseguro-lhe que o que mudou minha vida foi de fato poderoso, aos 16 anos de idade, quando  Deus me alcançou com uma proposta de nova vida e novos valores. Quando reconheci ao Senhor Jesus como meu Senhor e meu Salvador pessoal, quando abracei o Evangelho como referencia para minha história.

Então percebi que não era o mundo que tinha que mudar para que as coisas se tornassem melhores para mim, mas eu mesmo precisaria de transformação para ser melhor para o mundo à minha volta. Esta transformação em Cristo Jesus mudou minha história e com isto tornou-me melhor para potencializar um Brasil melhor.

Penso ser esta a fórmula ideal para impactar esta nação com melhores dias, logicamente evitando o viés do discurso religioso e abraçando a postura de gente que vivencia uma relação com Deus e os Seus Princípios.

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