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Francisco Beltrão
segunda-feira, 02 de junho de 2025

Edição 8.216

31/05/2025

Tempo de renunciar ao trono

Geral

Estava em Cascavel na manhã de 11 de Setembro de 2001, assistindo de costume aos noticiários desde 7:30, quando fui surpreendido pelas imagens transmitidas ao vivo pela CNN, que mostravam os ataques ao complexo de prédios do World Trade Center, as chamadas torres gêmeas. Estupefato e perplexo, recebi o telefonema do amigo Pr. Geraldo falando acerca de algo que teríamos que fazer em relação a Igreja de Cascavel, relacionado à construção ou coisa assim. Sua fala terminou mais ou menos assim: “Vamos fazendo a obra de Deus até o Senhor permitir, porque não sabemos no que isso vai dar, pode ocasionar até a terceira guerra mundial e sabemos que o desfecho do mundo será mesmo debaixo dos juízos de Deus.”

De fato os eventos posteriores nos expuseram ao contexto de uma segunda edição da Guerra do Golfo, uma vez que a primeira, iniciada por George Bush (Pai), não havia terminado com a deposição de Saddam Hussein Abd al-Majid al-Tikriti. Agora, Bush (filho), crendo no envolvimento objetivo do Iraque, fomentando e financiando os ataques terroristas, resolve despejar toda a sua ira na direção da geografia mesopotâmica a fim de capturar Saddam e também recuperar o orgulho americano diante das perdas de milhares ocorridas em minutos de terror.

Hoje vemo-nos ainda diante do terror em evidência. Enquanto escrevo este texto, vejo pelos noticiários o ataque perpetrado pelos Talibãs ao Consulado Americano, reflito ainda sobre os meios usados pelo governo Sírio contra seu próprio povo com o uso comprovado de armas químicas, visando sufocar a oposição ao seu governo. Diante disto, percebe-se que todas as tentativas de impor o terror como resposta ao terror falham em suas estratégias e objetivos implementados. Razão pela qual os organismos internacionais, sabiamente a meu ver, insistam na solução diplomática na questão Síria, na perspectiva de evitar uma solução bélica por parte dos americanos e seus aliados.

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Há sim, um clamor mundial de que o ato do governo Sírio não passe impune, mas que a solução não puna aqueles, os quais já têm que conviver com um estado em crise e ebulição social. Além do mais, o foco deve ser a segurança do arsenal sírio, que ao cair em mãos outras, como por exemplo os terroristas islâmicos, também inseridos no contexto, levariam o terror por todo o Oriente Médio, iniciando suas ações por Israel, seu verdadeiro alvo.

Jesus nos disse que os dias que antecederiam aos juízos de Deus sobre a humanidade seriam tomados por “guerras e rumores de guerra” (Leia Mateus 24). Referiu-se a estes dias como tais, identificando-se aí o princípio das dores. Mas também nos falou de uma nova história que começaria com o Seu governo sobre a face da terra, no reinado milenar. No entanto, não é preciso esperar que este governo milenar se estabeleça a fim de que se viva uma nova história. Isto já ocorre no coração daqueles que creem e de fato se comprometem com os princípios e valores bíblicos.

Enquanto os homens pensam que implementar democracias em países ditatoriais, usando a força, seja de fato a solução para a minimização ou extinção das guerras, Deus, em Jesus Cristo, nos propõe o Seu governo nos corações individuais, porque isto ocorrendo, a humanidade, ao viver Seus princípios, se estabelece em paz relacional e prosperidade em cuidado mútuos. Por esta razão a proclamação de Jesus ao dizer em sua pregação: “É chegado o Reino de Deus”.

Reino de Deus na ótica de Jesus não é geopolítico em primeira instância. Sua perspectiva teocrática é interna, propiciada a partir do coração das pessoas de onde procedem as micro e macro-decisões da vida. Jesus disse que o Seu Reino se daria, antes de tudo, dentro do coração do homem.

O homem fez a opção por sistemas religiosos. Deus fez a opção por corações transformados, e aí sim, estabelece o Seu trono, o Seu Governo e o Seu Reino. Que tal abdicarmos em favor deste Rei?

*Pastor da Comunidade Batista Betel em Dois Vizinhos, palestrante, colunista e escritor.

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