
Em tempos de alienígenas desocupados que desenvolvem uma tecnologia absurdamente formidável para viajar mais rápido que a velocidade da luz e, entre os tantos lugares possíveis de um imensurável Cosmo, decidem vir para o interior de Santa Catarina avacalhar com a plantação de inocentes agricultores, é bom saber que finalmente o ótimo documentário Apollo 11 chegou na Netflix.
Lançado em 2019 juntamente com um bom tanto de filmes, documentários, minisséries e publicações em comemoração aos 50 anos da chegada do homem na Lua, parece não ter muito a oferecer do que já fora mostrado ao longo dessas décadas. Ledo engano, pois essa produção de uma hora e meia é essencialmente imagens não exibidas ou esquecidas, deste que foi talvez o maior feito da espécie humana até hoje.
Sem um narrador contando a história dessa odisséia real, Apollo 11 relata os acontecimentos da primeira missão à Lua por meio de filmagens de altíssima qualidade, intercaladas com reportagens da época e áudios originais das conversas dos astronautas com a Nasa. Como tempero temos uma trilha sonora quase cinematográfica.
Logo de cara vemos uma imagem do veículo que transportava o avantajado foguete Saturno 5. Primeiro um “close” num carinha que acompanhava a descomunal esteira, depois uma visão lateral mais abrangente, seguido de uma tomada bem aberta mostrando perfeitamente o tamanho da engenharia e do desafio envolvidos.
Olhar para os imensos computadores que foram criados para que a viagem fosse possível, e saber que a capacidade do meu celular é maior, chega a embrulhar o estômago imaginando Armstrong, Aldrin e Collins acomodados na nave Apollo. A despeito disso os batimentos cardíacos de Aldrin bateram os 88/min no momento do lançamento.
Inclusive os momentos bem humorados das conversas entre os três e o controle da missão, em Houston, dão um tom totalmente diferente da tensão de estarem fazendo algo tão especial.