
Por Marcos Staskoviak – Fazia um bom tempo que não via um filme antigo… pela primeira vez. Indesculpável, eu sei, contudo estou tentando retomar bons velhos hábitos, além de desenvolver bons novos hábitos também. E é muito bom viajar para outra época, não necessariamente a retratada no filme, mas àquela em que ele foi feito. Cada período tem sua particularidade.
O final dos anos 60 talvez tenha sido o auge de Paul Newman, quando protagonizou quatro grandes filmes: Cortina Rasgada (1966), Hombre (1967), Butch Cassidy (1969) e Rebeldia Indomável (1967). Foi esse último que vi recentemente.
Newman interpreta Luke Jackson, um desajustado que nunca se encaixou em lugar nenhum da sociedade: família, exército, prisão… Sempre com problemas em aceitar regras, fazia questão de colocar o “sistema” à prova, transgredindo qualquer coisa que fosse estabelecida — seja uma lei que proíba decapitar parquímetros ou a afirmação de que um homem não consegue comer 50 ovos —, só para ver o que acontecia.
Para surpresa de zero pessoas, Luke é enviado para uma prisão com trabalhos forçados, normalmente roçando beira de estrada sob o sol escaldante. Um xilindró bem diferente do que nos acostumamos a ver no cinema, mas lembre-se estamos nos anos 60. Misterioso, de poucas palavras, mas muito carismático, ele conquista colegas e público com sua dupla de olhos azuis e um sorriso desaforado na cara.
Porém, o tom mais jocoso do início da história vai dando lugar a cenas mais tensas e profundas, como quando ele recebe a visita da mãe. Além disso, sua compulsão por desafiar as normas lhe causa punições cada vez mais duras e cruéis.
Uma boa história, com um belo visual, frases marcantes e um elenco bem afiado. Junto a Newman, vários coadjuvantes se destacam. Entre eles George Kennedy como Dragline.