
Por Murilo Fabris – Se existe algo melhor que um bom plot twist eu desconheço. Traduzido pro português, o termo significa “reviravolta da história”. E é exatamente isso que Fratura, da Netflix, entrega aos telespectadores.
Após esposa e filha desaparecerem de um pronto-socorro, Ray (Sam Worthington) fica convencido de que o hospital está escondendo alguma coisa macabra.
Confesso que achei tudo muito óbvio no início, até um pouco lento demais pro gênero. Fratura me parecia aquele filme que se disfarça de engenhoso e revelador, mas que não engana ninguém, mas que felicidade estar errado. Depois que engata, lá pelos seus 30 minutos, o filme de Brad Anderson se transforma por completo. Talvez essa tenha sido a tática do diretor para combinar com o enredo cheio de faces.
Nas 1h40 de duração, tudo é sugestivo. Sem saber em quem confiar, o audiente e o protagonista estão na mesma situação. Worthington é certeiro em dar vida ao trauma da culpa e da perda das pessoas amadas, ótima escolha para estrelar o longa, vide sua experiência em A Cabana (2017), onde seu personagem passa por emoções bem semelhantes.
Mesmo não se encaixando dentro dos rótulos de um terror, o filme se mostra aterrorizante. Seja por conta das cenas de tensão, daquelas de prender a respiração no sofá, seja pelos temas brutais que trata.
Apesar das constantes reviravoltas e do trocadilho sem graça, não há dores de cabeça nem confusões para quem assiste. Fratura é um daqueles filmes que só acaba quando termina.