Por Murilo Fabris – Em 1943, o serviço de inteligência britânico elaborou um plano para confundir os alemães e, dessa maneira, invadir a região da Sicília, na Itália, sem precisar de grandes confrontos com os inimigos. Para conseguir tal feito, eles elaboraram uma das estratégias mais ousadas e que mudaria por completo os rumos da Segunda Guerra Mundial. É baseado nessa história real que a Netflix produziu “O soldado que nunca existiu“.
Lançado em 2021, o filme mostra como um indigente se transformou num dos maiores heróis da guerra. A missão tinha como objetivo lançar o corpo de um soldado inglês no mar da Espanha, junto com documentos falsos a fim de desorientar Hitler, que tinha influência na Península Ibérica. Para isso, dois agentes são encarregados de encontrar um cadáver e criar a mentira perfeita: nome falso, histórico, número de combate, cartas da noiva e até lixo de bolso, nenhum detalhe poderia passar batido.
O curioso de tudo é que a ideia audaciosa, que ficou conhecida como Operação Carne Moída, foi pensada por Ian Fleming, criador do James Bond, o famoso 007.
Que os nazistas perderam na vida real, todo mundo já sabe, mas ver todo o desenrolar até isso acontecer é de tirar o fôlego. Nem só de batalhas e campos minados vive uma guerra, e é isso que o longa de John Madden se preocupa em mostrar. Por trás do fronte de combate existia telefones grampeados, casamentos se desfazendo e divergências no alto escalão.
Eric Hartmann, importante piloto de caça alemão, disse certa vez que “a guerra é um lugar onde jovens que não se conhecem e não se odeiam, se matam, por decisões de velhos que se conhecem e se odeiam, mas não se matam”. Talvez essa seja a frase que melhor define esse longa.
Tirando um detalhe ou outro, “O soldado que nunca existiu” é um banquete para quem ama filmes de guerra e espionagem.
