
Desde o início dos tempos, gosto de séries policiais. No início a TV disse: “Que se faça Carro Comando. E eu vi que era bom”. Era anos 80, um mundo totamente diferente.
Depois de tanta coisa, eis que, na virada do século, surge CSI, elevando o nível e ressuscitando o gênero fazendo surgir uma horda de produções similares.
Só em 2014 surgiria um jeito diferente de contar essas histórias com True Detective, abandonando o sistema procedural (cada episódio resolve um crime) para apostar num arco de uma temporada (curta) com episódios totalmente ligados.
Seguindo esse estilo, descobri recentemente “Three Pines” (não traduzido porque ficaria bem sem graça, eu acho) baseada nos livros de Louise Penny e ambientada no Canadá, um lugar onde tinha a impressão de não haver crimes.
Armand Gamache (Alfred Molina) é um inspetor chefe que precisa lidar com um grupo de mulheres indígenas protestando contra a falta de ação da polícia quanto aos desaparecimentos de jovens de suas famílias. Paralelo a isso ele e sua equipe resolvem assassinatos misteriosos que sempre envolvem o vilarejo de Three Pines.
Lembrando uma cidadezinha de novela das sete com seus habitantes pitorescos como a velha louca do pato, a artista desprezada, a ativista azeda, as velhinhas simpáticas, a perua odiada, o casal Denorex — parece (feliz), mas não é — e um antigo internato/show de horrores.
De um modo relativamente leve e focando em pequenos mistérios e exercícios dedutivos para desvendá-los, a série tem uma história bacana, tentando falar de temas sérios e flertando com humor sem causar estranheza. Vale os oito episódios.
As imagens são bonitas, as atuações boas, as surpresas não chegam ao nível “Sexto Sentido” mas satisfazem. Mistério mesmo é saber que se trata de uma produção em que a Amazon está envolvida, todo trailer é do Prime Video, mas a série está no HBO Max. Vai saber.