O queridão que levou uma tertúlia de Oscar — não sei ao certo quantos e quais pois não vi a premiação e não estou a fim de pesquisar — surgiu recentemente na prateleira da Amazon Prime Video. E não é que o filme é “mucho loco” mesmo!
É até difícil saber por onde começar um comentário. Mas a base da trama são as questões familiares de um quarteto formado pela mãe Evelyn (Michele Yeoh), pelo pai Waymond (Ke Huy Quan), pela filha Joy (Stephanie Hsu) e pelo avô (James Hong).
Uma família nada especial que tem uma lavanderia e muitos problemas que vão da contabilidade à sexualidade passando pelo divórcio. Quase do nada, coisas estranhas começam a acontecer e, se não fazem sentido para você, imagine para a Evelyn.
Pessoas mudam de comportamento de tal maneira que o prédio todo vira um pandemônio. Não assim tão rápido. É gradual, mas tem tanta cena maluca — e que aumenta de maluquês a cada minuto — que você acha que nada vai te surpreender dali para frente. Porém é surpreendido no segundo seguinte. A criatividade corre solta como poucas vezes eu vi. E a produção está mesmo de parabéns por isso.
A misturança de Matrix e Jogador Nº1 (ou Loki com Jackie Chan) com um multiverso maior que o da Marvel cria tantos temas para discutir se garimparmos, mas fica claro que o modo como nos relacionamos com quem amamos e as possibilidades que criamos a cada escolha que fazemos na vida é o assunto principal.
Tem muita sequência bem humorada, embora algumas me parecessem desnecessárias pelo baixo nível da piada. Sem elas a produção ficaria mais elegante e teria uns minutos a menos, que não fariam falta aos exagerados 140 do filme.
Já as cenas mais emotivas são um show de atuação, justificando os prêmios que os atores levaram, embora eu ache que o de Jaime Lee Curtis seja um pouco supervalorizado. Se é o melhor de 2022, não sei. De qualquer forma, é uma boa diversão com uma boa mensagem embutida.
