
Por Murilo Fabris – Eu nem tinha nascido quando “Clube das desquitadas” estreou, em 1996. Mas dar uma chance ao filme de Hugh Wilson (Loucademia de Polícia) quase 26 anos após seu lançamento foi um daqueles achados mais que bem-vindos.
Trocada por uma mulher mais jovem, uma divorciada de meia-idade se joga do parapeito de seu prédio. Quando suas ex-amigas de faculdade, Annie, Brenda e Elise, descobrem a razão do suicídio, elas percebem que seus ex-maridos fizeram o mesmo com elas. Por essas e outras razões, as separadas fazem um pacto: vão honrar a memória da falecida e se vingar dos seus ex-companheiros.
Talvez alcoólico demais para passar na Sessão da Tarde, mas perfeito para assistir naquele sábado, à noite, a comédia dá ao telespectador exatamente aquilo que propõe: comédia. Melhor com as amigas do que mal-casadas!
Junto com o processo de vingança, as atrapalhadas de meia-idade abusam de diálogos fantásticos, enchem a cara e até ficam presas num andaime; coisas que, de cara, parecem absurdas, mas que funcionam perfeitamente aqui. Parte disso se deve ao trio de desquitadas ser interpretado por Diane Keaton (Annie), Goldie Hawn (Elise) e Bette Midler (Brenda), grandes nomes que tornam a química da malandragem e das brigas algo impecável.
O longa não é revolucionário, mas não tenho dúvida de que se fosse lançado nos dias atuais, iria trazer alguns burburinhos. E, apesar de ser considerado um pastelão, também tem seu lado tocante, principalmente quando as quase senhoras percebem que a sociedade não é tão gentil assim com quem envelhece.